Anísio Teixeira

 

Nasceu em Caetité (BA), em 12/7/1900. Advogado, pensador, administrador, escritor e essencialmente educador, foi pioneiro na implantação da escola pública no Brasil. Oriundo de uma tradicional família de políticos, teve os primeiros estudos em colégios jesuítas. Cogitou seguir a Ordem Religiosa, mas foi dissuadido pelo pai, que queria vê-lo politico. Mas o destino tramou para que ele desse ênfase na Educação, para chegar na Política, palavras sinônimas. Tornou-se um dos maiores educadores do País. Criou a CAPES, CIEP’s... Em 1918 mudou-se para o Rio de Janeiro, concluiu o curso de Direito e voltou à Bahia, residindo em Salvador. Foi convidado pelo governador Góes Calmon para o cargo de Inspetor Geral do Ensino, em 1924. No ano seguinte foi à Europa afim de conhecer o sistema educacional de alguns países e na volta implementou várias reformas no sistema de ensino. Assim, deu início a uma profícua carreira de pedagogo e administrador público. Em 1927 conheceu o ensino público nos EUA e tomou contato com as ideias do filósofo e pedagogo John Dewey. De volta à Salvador quis fazer algumas mudanças no ensino, mas foi impedido pelo novo governador. Pediu demissão do cargo e viajou de novo para os EUA para fazer curso de pós-graduação, na Universidade de Columbia, com John Dewey, em 1928, que exerceu uma influência decisiva em sua carreira. Sua ideia fundamental baseou-se na ampliação do sistema educacional, privilegiando a formação do professor. Como discípulo de Dewey, traduziu para o português 2 de suas obras. Logo, publicou veio seu primeiro livro: “Aspectos americanos de educação”, em 1928. Em 1931 mudou-se para o Rio de Janeiro, assumindo o cargo de diretor da Instrução Pública do Distrito Federal, com a missão de reorganizar o ensino público. Instituiu a integração da “Rede Municipal de Educação”, abrangendo desde o ensino fundamental até a universidade. No mesmo ano acumulou o cargo de presidente da ABE-Associação Brasileira de Ensino e junto com Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, entre outros, elaborou o “Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova”, em 1932, um documento que propunha uma escola gratuita, laica e obrigatória. A “Escola Nova” tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à memorização. Em seguida assumiu a Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro. Como amigo íntimo do prefeito Pedro Ernesto Batista, estimulou a criação de novos estabelecimentos de ensino e criou a UDF-Universidade do Distrito Federal, em 1935. O fato gerou forte oposição do clero conservador. Publicou alguns artigos no jornal “A Manhã”, órgão oficioso da ALN-Aliança Libertadora Nacional e, por isto, foi demitido da Prefeitura em 1935, acusado de participar da “Intentona Comunista”. Durante o “Estado Novo”, mudou-se Salvador e foi curtir mais os amigos, como Monteiro Lobato, que publicou seu livro “Educação para a democracia”. Depois, foi morar em Paris e foi nomeado conselheiro da Unesco, em 1946. No ano seguinte, de volta ao Brasil, foi convidado pelo governador Otávio Mangabeira para assumir a Secretaria de Educação e Saúde da Bahia. Dentre outras realizações, criou o “Centro Educacional Carneiro Ribeiro”, mais conhecido por “Escola Parque”, pioneiro ao implantar a educação em tempo integral, e que serviu de modelo para os futuros CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública), criados por Darcy Ribeiro no Rio Janeiro . Em 1951 criou e dirigiu a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES) com a finalidade de “assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país”. No ano seguinte, dirigiu o INEP-Instituto de Estudos Pedagógico e criou o CBPE-Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais. Em 1956 publicou “A educação e a crise brasileira”. Foi presidente da SBPC-Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em duas gestões: 1955-57 e 1958-59 e participou dos debates para a implantação da Lei Nacional de Diretrizes e Bases, promulgada em 1961. Antes, porém, foi convidado por Juscelino Kubitschek para organizar o plano educacional da nova capital, envolvendo todo o sistema de educação, incluído a universidade. Na condição de assessor de Darcy Ribeiro, substituiu-o como reitor da UnB até 1964, quando veio o Golpe Militar. Foi obrigado a deixar o País para viver nos EUA. Ministrou aulas nas Universidade de Columbia, de Nova Iorque e da Califórnia. De volta ao Brasil, em 1966, trabalhou na Fundação Getúlio Vargas, na criação do Instituto de Estudos Avançados em Educação. Em princípios da década de 1970, foi incentivado por amigos a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Foi visitar o amigo Aurélio Buarque de Holanda e desapareceu. Após longa busca em prisões e hospitais, seu corpo foi encontrado no fosso de elevador do prédio onde residia Aurélio. A versão oficial foi de que sofreu um acidente em 11/3/1971. Apesar do laudo de morte acidental, há suspeitas de que tenha sido vítima das forças de repressão do governo Médici. A “Comissão Nacional da Verdade” investigou o caso até 2015. Mas não chegou a confirmação de assassinato. Sua memória e legado vem sendo resgatados: sua estampa foi impressa na cédula de mil Cruzeiros Reais, em 1/10/1993; em 1998 foi criada, em Caetité, a Fundação Anísio Teixeira, presidida por sua filha Anna Cristina Teixeira e o dia de seu nascimento, 12 de julho, é feriado municipal. Inúmeras instituições de ensino e logradouros públicos levam seu nome. A CAPES concede anualmente o Prêmio Anísio Teixeira à quem contribuiu para o desenvolvimento da pesquisa e formação de recursos humanos no Brasil e é considerado uma das mais importantes condecorações na área de educação. Deixou um legado bibliográfico precioso: Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola. (1968); Educação no Brasil (1969), Educação e o mundo (1977), publicados pela Cia. Editora Nacional; Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969 (1989), publicado pela Editora da FGV e Educação não é privilégio. 5ª ed. (1994), Educação para a democracia: introdução à administração educacional. 2ª ed. (1997), Educação é um direito. 2ª ed. (1996) e Educação e universidade (1998), publicados pela Editora da UFRJ. A Universidade Federal da Bahia mantém a Biblioteca Virtual Anísio Teixeira à disposição do publico na Internet. 

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