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ENTREISTA SIMULTÂNEA

Gustave Flaubert

Nasceu 12/12/1821, em Rouen, França, considerado um dos maiores escritores do mundo. Escreveu dois ensaios “científicos” sobre Corneille e sobre a constipação antes dos 13 anos e tornou-se escritor a revelia do pai, conhecido cirurgião. Na obstante ser conhecido como um mestre do Realismo, fez uma rara combinação do romântico com o realista: “Existem em mim dois homens diferentes, um deles ama o barulho, o lirismo, os grandes vôos de águia, todas as retumbâncias do fraseado e todas as culminâncias das idéias. O outro investiga e perscruta a realidade o mais profundamente que pode, compraz-se em trazer a público os pequenos como os grandes fatos e gostaria que seus leitores sentissem quase que materialmente as coisas que ele reproduz. Este último gostaria de rir e sente prazer no animalismo da humanidade”, escreveu. Daí o fato de seus livros ser uma alternação entre o realismo e o romantismo. A alternação não era acidental, era o resultado do perpétuo conflito interior entre o artista e o cientista, o poeta e o misantropo, o consolador e o desprezador do gênero humano. Começou a escrever em 1843 e cada uma de suas obras é o resultado de longos anos de trabalho. Rigoroso na escrita, podia passar um dia inteiro elaborando uma única frase: “Não devo ofender o ouvido como não devo ofender o coração dos meus leitores”. Seu maior romance: Madame Bovary, é o retrato realista de uma alma romântica. Quando foi lançado, em 1857, foi considerada “uma obra execrável sob o ponto de vista moral” e o governo francês mandou prendê-lo sob a acusação de impingir ao público literatura pornográfica. Após um tumultuoso processo, foi absolvido. O livro, uma crítica ao valores românticos e burgueses da época, aborda o tema da infidelidade conjugal. Foi um grande estudioso da estupidez humana e um assíduo colecionador das burrices que leu em livros em jornais. Neste sentido tornou-se, também, um exímio criador de frases , tais como: “Salvo se formos cretinos, morremos sempre na incerteza do nosso próprio valor e do da nossa obra”; “O que o dinheiro faz por nós não compensa o que fazemos por ele”; “Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, eis as condições ideais para se ser feliz. Mas se a primeira vos falta, tudo está perdido”. Sua obra não é vasta, ao ponto de um crítico da época dizer que ele era pouco talentoso para a literatura. Se não é vasta, é significativa nos poucos livros que escreveu, dentre os quais: Educação Sentimental (1869), onde narra uma relação platônica entre um jovem e uma mulher mais idosa; Três Contos (1877), em que tenta alcançar o estilo imparcial característico de seus principais trabalhos; Salambô (1862), uma reconstituição da civilização Cartaginense na época das guerras púnicas; A tentação de Santo Antônio (1874), onde sua paixão pela temática da estupidez da burguesia e seu amor pelo exótico são encontrados. Faleceu em 08/05/1880.

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