"Eu nunca ouço música quando estou escrevendo. Eu não manteria a atenção necessária e não desfrutaria disso de forma nenhuma. Por outro lado, consigo trabalhar razoavelmente bem com distrações usuais.
Minha casa tem uma sala de estar que está no meio de tudo o que acontece: é passagem para a adega, para a cozinha, para o gabinete onde fica o telefone. Tem muito tráfico. Mas é uma sala viva, alegre, e eu frequentemente a uso para escrever, apesar do carnaval que acontece ao meu redor. Uma garota passando vassoura no tapete sob a mesa da minha máquina de escrever nunca me incomodou particularmente, nem tirou meu foco do trabalho, a não ser que a garota seja excepcionalmente bonita ou desajeitada. Minha mulher, graças a Deus, nunca foi protetora comigo, como, me disseram, as mulheres de alguns escritores são. Em consequência, os membros da minha família não dão a mínima para o fato de eu ser um escritor – eles fazem todo o barulho e a bagunça que querem. Se eu me canso disso, tenho lugares onde possa ir. O escritor que espera por condições ideais para trabalhar vai morrer sem colocar uma palavra no papel."
Fonte: http://www.papodehomem.com.br (20/3/2015)