"Eu escrevo todo o tempo como se estivesse prestes a me matar. Me atiro de cabeça nos teclados. Será que passo dessa fundura? Febril das minhas bulas, sangrando das minhas regras. Furtando sem nenhuma classe as intimidades dos outros, feito estuprador necrófilo. Já fiz sucesso com as minas. Em outros tempos verbais, as tirei de letra (e me vesti correndo, conceitos mais ou menos morais nos braços, ofegando pelas escadas). Tenho medo de bronca. Tenho medo de gente. Tenho medo de minha violência. Ainda estou aqui, é quase certo, mas não conheci as palavras".
Fonte: Depoimento em julho de 2004.
|