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Como escrevo?
Francisco Alvim

Em geral eu não gosto do trabalho. Você chegar à mesa e ter que enfrentar... se eu pudesse escapar, eu escaparia. Então, é necessária uma violência muito grande, uma maneira que não me deixe espaço para escapar, daí o negócio da inspiração. Todo mundo é contra, não existe inspiração. Para mim existe, sim, é aquilo que me obriga a sentar e ouvir uma voz qualquer e ficar com o olho inteiramente perdido, nas circunstâncias mais embaraçosas; às vezes, no meio do trabalho o sujeito está contando coisas essenciais e eu procuro o ritmo, a palavra e vejo que o poema está saindo, está saindo a despeito da minha vontade. Ai, eu me jogo e escrevo em qualquer lugar”.

Fonte: RICCIARDI, Giovanni. Escrever 2. Bari: Ecumênica Editrici scrl, 1994.

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