"Costumo escrever de 10 a 15 vezes meus livros, porque trato de obter os momentos mais misteriosos da linguagem que precisam se deixar surpreender nas palavras. É impossível, para mim, atingir logo na primeira vez meus ‘mistérios’. E ainda reescrevo o mesmo texto de diversas maneiras, na primeira ou na terceira pessoa, modificando o nome dos personagens, e assim por diante, até que ele atinja sua dimensão definitiva. Em meu terceiro livro, O Cavaleiro insone, demorei exatamente quatro anos para me dar conta de que a paralisação do tempo cronológico, elemento vital da novela, constituía um acontecimento tão monstruoso que apenas poderia ser narrado por um louco".
Fonte: Escrita, São Paulo, v. 1, no 9, 1976 - J.B. Natali Jr.
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