"Escrevo a lápis, sem hora certa, sob o impacto da minha inspiração. Corrijo apenas o original saído espontaneamente, sem grandes retoques. Sendo múltilplas minhas atividades - como jornalista e como político, forçadamente orador, como poeta e escritor procurando não repetir nunca os temas de cada criação - nunca eu mesmo sei como será meu livro de amanhã. O dente de ouro, romance que obteve tantas reedições, escrevi-o por encomenda da direção do Jornal do Brasil, para ali ser publicado, como foi, em folhetim. Salomé resultou de uma longa meditação sobre a dramática lenda da amante de Herodes. Creio que meu trabalho mais importante, quanto ao tema e quanto ao estilo, é O homem e a morte. Mario de Andrade julga-o um dos quatro livros surgidos em 1922 que se tornaram marcos do Movimento Modernista. Tristão de Athayde declara que, com ele, 'tomei a dianteira do movimento em 1922'".
Fonte: STEEN, Edla van. Viver & escrever 1. Porto Alegre: LP&M, 2008.
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