"Escrevo todos os dias, duas ou três páginas, das nove horas da noite às quatro da manhã. Leio também neste espaço de tempo, leitura de trabalho, principalmente sobre a política cubana, e leitura de prazer. Escrevo poesia à mão, em pequenos cadernos. Quanto aos romances, penso muito antes de escrever. Para a primeira versão, faço um esqueleto: em primeiro lugar vem o título e a primeira frase. Escrevo à máquina, para deixar que o romance me escreva. Faço várias versões. La nada continua teve cinco versões, e na 15ª ediçao na Espanha ainda retoquei algumas coisas. Te di la vida entera, nove. Gosto de trabalhar a linguagem, palavras vão chamando palavras. Meu marido, Ricardo Vega, que é diretor de cinea,costuma ler as primeiras versões, ele possui grande sentido crítico. Sinto enorme pudor em relação ao texto, gosto de refletir sobre o que fiz".
Fonte: JOZEF, Bella. Diálogos oblíquos. Rio de Janeiro: Liv. Francisco Alves, Ed., 1999.
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