9º Emprego:

                                   Analista de sistemas Jr.

Cícero da Mata

       Já foi dito que o 6º emprego (1973) foi o mais importante em minha vida, mas agora as circunstâncias me obrigam a fazer uma retificação, que vista sob determinado aspecto não deixa de ser uma ratificação, pois neste 8º emprego voltei a trabalhar com as mesmas pessoas num ramo de atividade semelhante àquele em que trabalhava em 1973. Se anteriormente trabalhava no ramo dos transportes públicos, implantando um novo meio de transporte: o metrô, que veio revolucionar o tráfego na cidade de São Paulo, agora o trabalho é criar uma empresa pública para planejar e operar o tráfego da cidade.

        Esta história se confunde, de certa forma, com a história da CET-Companhia de Engenharia de Tráfego, pois começa logo no início, após a promulgação da Lei Municipal nº 8394, criando a empresa em 28/5/1976. Fui contratado em 13/7/1976, e ficamos instalados, provisoriamente, no prédio do Metrô, na Rua Luiz Coelho. Enquanto esperávamos a criação da empresa, ficamos registrados na Companhia de Processamento de Dados de São Paulo-PRODAM. O cargos de Analista de sistemas e Analista técnico nos níveis Júnior, Pleno e Sênior eram muito comuns naquela época e serviam para enquadrar diversas profissões de nível superior.

       Naquele ano eu concluiria o curso de biblioteconomia, mas já acumulava alguma experiência como bibliotecário. Diz-se que a todo instante nós estamos fazendo história, mas dificilmente nos damos conta disso. Pois foi exatamente isto o que acontecia naquela época. Estávamos implantando a “Engenharia de Tráfego” no Brasil sem me dar conta da importância desse fato. Lembro que numa das primeiras conversas com o Seishun, ele me disse que o objetivo era criar a melhor biblioteca  especializada no assunto. Para isso não haveria limitações de recursos e que eu poderia mobilizar o que pudesse para conseguirmos este objetivo.

     Nos primeiros meses, meu trabalho consistia em conhecer o assunto, pesquisar livros e revistas e instituições internacionais dedicadas ao estudo e operação da Engenharia de Tráfego. Não era ainda o momento de adquirir os livros e publicações, pois não tínhamos um local para alojá-los. O momento era de pesquisa e levantamento, e durou cerca de uns três meses. Pouco depois a empresa começava a tomar corpo e tivemos que sair do prédio do Metrô. Fomos transferidos para uma grande casa na Av. Rebouças, próximo da Av.Faria Lima.

     Até aí não havia biblioteca, e meu trabalho, além do levantamento da bibliografia especializado no tema, consistia em ajudar os técnicos na criação de um sistema de multas de trânsito. Procurava dar uma ordem qualquer nas inúmeras caixas-arquivo espalhadas pelos cômodos da casa. Em novembro saiu o decreto municipal criando a nova empresa. Fomos “demitidos” da PRODAM em 9 de novembro de 1976 e admitidos no dia seguinte na CET já no seu novo e definitivo endereço: Av. Nações Unidas, 7203. Um prédio estrategicamente localizado entre a Secretaria Municipal de transportes e o DSV-Departamento de Operação do Serviço Viário, onde se encontra até hoje. Mas aqui já entramos no 10º emprego, conforme registro na carteira de trabalho.

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