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Crítica Literária
Abel Barros Batista

Não vou escrever mais, cheguei à conclusão que é um trabalho inútil. Existe, primeiro, a asfixia do espaço, sempre muito limitado. A tendência, hoje, é da escrita ligeira, superficial, em poucas linhas e isso não me interessa... Essa (a especialização) é a tendência. Há uma cisão cada vez maior entre a crítica jornalística e a especializada. A crítica universitária chegou a um nível de especialização que não há mais retorno. Escrevi durante seis anos crítica literária para a imprensa e a experiência não me satisfez nem um pouco... Penso que (a crítica literária na imprensa) vai acabar. Existem, hoje, maneiras mais eficientes para se divulgar um livro: o marketing, a publicidade, os prêmios. As editoras mais modernas já sabem disso. A crítica literária é encarada, cada vez mais, como uma forma menos eficaz e menos útil de divulgação... A crítica literária, hoje, se tornou uma disciplina especializada como a biologia, a química, a matemática. É um terreno limítrofe. O grande problema será conciliar duas coisas que talvez sejam inconciliáveis: o discurso teórico e o texto legível”.  

Fonte: O Estado de São Paulo, 09/1/1996 – José Castello       
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