Volta para a capa
Crítica Literária
Bruno Tolentino

O que os críticos disseram sobre meus trinta anos de poesia? Só, desonestamente, que minha poesia é arcaizante e não suficientemente progressista. Que eu, o escritor Diogo Mainard e – como é mesmo o nome do marido da Fernandinha Torres? – o diretor Gerald Thomas somos figurinhas carimbadas porque somos amigos de gente famosa. Quer dizer, chamam a atenção para a pessoa e não para a obra. E toda pessoa é discutível. Eu sou meio apalhaçado mesmo. A minha biografia é interessante, meio cinematográfica, e assim é como se eu não tivesse escrito nada. Uma espécie de Ibrahim Sued das letras... A crítica brasileira não existe mais. Cometeu um haraquiri muito bem pago. Trocou sua independência por uma cátedra e verbas. É uma gente venal, vendida, que controla as nomeações para as cátedras, bolsas e verbas. Vão se meter com um maluco como eu? Todos de Roberto Schwarz a David Arrigucci, foram formados pelo meu primo Antonio Cândido, que é um geriatra nato... Sobra, evidentemente, Wilson Martins, que não tem lá muito gosto poético, mas enfim...”

Fonte: Veja, 20/03/1996 – Geraldo Mayrink     

Prossiga na entrevista:

 Por que escreve?

Onde escreve?

Música

Religião

Entrevista

Biografia