A concisão e a captação do interesse do leitor, requeridas nas histórias detetivescas, não são menos requeridas em todas (as histórias) de literatura. Nada se ganha com fatigar o leitor. Edgar Wallace é mais interessante do que Walter Scott, mas Edgar Wallace não é mais interessante do que Shakespeare. Há um Edgar Wallace em Shakespeare. Cada um do nós tem talvez muito a dizer, mas há pouco a dizer a respeito desse muito. A posteridade quer que sejamos beves e precisos. Faguet diz excelentemente que a posteridade gosta apenas dos escritores sucintos.
Fonte: PESSOA, Fernando. Obras em prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar.
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