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Jornalismo
Joanyr de Oliveira

"Antes do jornalismo, eu não tinha muita definição em termos de estilo, escola literária. Não tinha estudado jornalismo, porque o curso ainda não existia naquela época. Eu fui um privilegiado em ter morado no Rio na época da efervescência da imprensa no Brasil. Foram os anos de criação do lead, da explosão dos jornais Ultima Hora e Diário Carioca, o surgimento da Manchete, a atuação de Carlos Lacerda. E na literatura também era uma época muito boa, de Graciliano Ramos, Manuel Bandeira. Isso ajudou muito...  Eu não acho que dá para conciliar a carreira de jornalista e escritor, porque as duas profissões são muito absorventes. E ficam os dois lados brigando pela produção. Eu fiquei no jornalismo por um tempo porque precisava me manter. Cheguei a trabalhar em três jornais. Até que passei no concurso da Câmara dos Deputados para auxiliar legislativo, que me pagava mais que os três empregos em redação juntos. Hoje sou aposentado como analista legislativo (trabalhei na Câmara de 1962 a 1988) e tenho o tempo que preciso para a literatura.... Jornalismo é comunicação direta. Poesia é indireta, chega ao leitor através de metáforas. Mas nos meus contos, por exemplo, eu falo muito de coisas que o jornalismo te permite viver diariamente: experiências de vida, mundo jovem, histórias de pessoas".

 

Fonte: ANDRADE, Marcela Heitor. Jornalistas podem ser escritores: 21 entrevistas brasilienses. Monografia apresentada à Faculdade de Comunicação da UnB como requisito para a graduação em Comunicação Social. Brasilia: UnB, 2008.

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