Volta para a capa
Poesia

 

Árvore da cidade

Franpes

Árvore da cidade,

De folha empoeirada, verde-escura,

Caule caiado até certa altura,

Solitária por entre as multidões...

Triste embora estridente a turba passe,

Quase sempre imutável, não te alteras,

Pouco notas se chegam primaveras,

O teu ano é isento de verões!

Árvore sombria,

Eu ouço tua queixa lamentada

Na madrugada fria...

Quando ladram nas ruas cães aflitos,

ouve-se estridência dos apitos,

Mesclados com os gemidos,

Dos mendigos que jazem nas calçadas.

O vento não te açoita,

Edifícios te cercam, e, assim cativa,

Doente, pensativa,

Antes fosses na selva simples moita!

Como tu, na cidade sou sombrio,

Por isso sinto o frio,

Que tu sentes calada, assim sizuda,

Vou embora, não mais hei de te ver,

Mas nunca hei de esquecer,

A ÁRVORE DA CIDADE, escura e muda.

 

 

- Link1
- Link2
- Link3