O coração do poeta tem bordas flácidas
Ele derrama, vaza, descamba.
O coração do poeta tem perna bamba.
Constituição frágil e congênita.
Não adianta querer vitaminá-lo,
Pois seu tônus se refaz nos frêmitos
Das chegadas e dos abandonos.
O melhor é deixar-se amar
E, se possível, não deixar de amá-lo.
|