"Poesia é a mais fina destilação da palavra. É o mel da palavra. É a essência do ser humano"
"Poesia, um outro arranjo entre os seres e as coisas. Operação para videntes".
“Poesia não é para compreender, mas para incorporar... A poesia tem a função de pregar a prática da infância entre as pessoas. A prática do desnecessário e da cambalhota, desenvolvendo em cada um de nós o senso lúdico. Se a poesia desaparecesse do mundo, os seres humanos se transformariam em monstros, máquinas, robôs”.
"O poeta é um ser que lambe as palavras e depois se alucina"
"Poeta: indivíduo que enxerga semente germinar e engole céu. Sabiá com trevas. Sujeito inviável aberto aos desentendimentos como um rosto. Um ente que lambe as palavras e depois se alucina”
“O que enriquece o ser poético são os mistérios do ser humano. E os mistérios do ser humano não informam. A palavra poética não será nunca um instrumento de informações senão que sempre um instrumento de encantações, de celebrações. Aonde a palavra poética chega a informação não alcança. Poesia é essência. Informação é casca. O poeta cria. A informação divulga, preenche a necessidade de estar. A poesia preenche a necessidade de Ser. Enquanto a gente não virar robô a poesia é necessária. Precisamos de feitiço das palavras e não da casca das palavras"
”Poeta, este ser humano que anda perdido entre os homens, essa coisa leve, aladae e sagrada que recebe ocasionais visitas da divindade"
"Se diz que há na cabeça dos poetas um parafuso de a menos. Sendo que o mais justo seria o de ter um parafuso trocado do que a menos. A troca de parafusos provoca nos poetas uma certa disfunção lírica. Nomearei abaixo 7 sintomas dessa disfunção lírica:
1 - Aceitação da inércia para dar movimento às palavras.
2 - Vocação para explorar os mistérios irracionais.
3 - Percepção das contiguidades anômalas entre verbos e substanttivos.
4 - Gostar de fazer casamentos incestuosos entre as palavras.
5 - Amor por seres desimportantes tanto como pelas coisas desimportantes.
6 - Mania de dar formato de canto às asperezas de uma pedra.
7 - Mania de comparecer aos próprios desencontros. Essas disfunções líricas acabam por dar mais importância aos passarinhos dos que aos senadores.