"Engraçado, quando você pronunciou 'escrever' me deu a impressão que o es era um ex, o prefixo ex, para fora. Escrever é realmente pôr para fora. Acho que escrevemos aquilo que sentimos profundamente; pelo meno eu acho que só há razão de ser no escrever, no fazer literário, colocar no papel, aquilo que se sente com a maior intensidade, aquilo que tem uma necessidade vital de vir para fora; para mim, escrever é exercitar o meu espaço de liberdade, é escrever as coisas que eu sinto e me libertar delas. Como eu tive uma infância e umaadolescência muito reprimidas, quando falo de uma mulher reprimida acho que estou também liberando os meus aspectos reprimidos e, em vez de ter um sintoma neurótico, tenho um texto. Se eu não tivesse meu texto, talvez tivesse um sintoma neurótico".
Fonte: RICCINI, Giovanni. Biografia e criação literária. Lauro de Freitas, BA: Livro.com, 2009.
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