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Psicanálise
Ignácio de Loyola Brandão

"Escrever é um pouco esse processo de auto-conhecimento. É um pouco um processo de resolução das minhas neuroses. Escrevendo, eu procuro me libertar. Por isso coloco tudo nos meus personagens. E aí é que o escritor não pode ter ‘escrúpulos’, nenhum artista pode ter. Se começar com ‘ah, não sei’, tá fodido. No caso do Veia (Bailarina), ou eu escrevia um livro, ou ia para uma terapia. Tinha feito anotações. As coisas iam ocorrendo, eu ia colocando no papel, não sabia o que era. Depois da cirurgia, as imagens começaram a vir, vir, vir. E eu comecei a perceber tudo".

Fonte: Correio Braziliense, 22/02/1998 - Sergio de Sá

"Eu disse mesmo que fazia literatura para resolver meus problemas interiores. Fui um menino, um adolescente problematizado. Educação, o meio em que vivi, a época tudo favoreceu a criação de uma personalidade conflitada que via na realização de alguma coisa a forma de se superar e ser aceito. Quando vislumbrei que se fosse escritor - porque a única coisa que eu gostava de fazer, fazia razoavelmente bem e com empenho, era escrever - poderia vir a me integrar, parti para a conquista, quase desesperada, desse ofício e de um lugar dentro desse ofício. Por outro lado, inconscientemente eu fazia uma espécie de terapia, liberando minhas contradiçoes, rejeições, complexos, conflitos nos personagens que criava. Metade criava, metade tirava de dentro de mim. O curioso é que, à medida que me 'liberava', descobria uma função muito mais importante dentro da literatura. Ela não podia servir a fins tão 'pequenos', como o eu, como o ego ferido.

Fonte: STEEN, Edla van. Viver & escriver 1. Porto Alegre: LP&M, 2008.

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