Volta para a capa
Relações Literárias
MILLÔR  FERNANDES

Ana de Hollanda, ministra da Cultura:

"É uma perda irreparável. Millôr acompanhou as nossas gerações todas. (Ele tinha) um humor muito inteligente, observador da realidade. Ele vai fazer falta. Foi muito importante para todos nós. O importante está aí. Os livros dele estão aí. Nós temos que pensar no que o escritor, o criador deixou de sua obra. Ele partiu, mas sua obra está aí. Temos que agradecer pelo que ele deixou."

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Arnaldo Branco, humorista:

“O Millôr era o nosso maior satirista, o nosso Bernard Shaw, o nosso Steinberg. A morte dele equivale a uma fuga de cérebros. Era o jogador perfeito, o Pelé do humor, o cara com mais recursos, imune ao erro.”

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Arnaldo Jabor, cineasta:

“Em uma semana perdemos dois grandes humoristas do Brasil, Chico Anysio e, agora, Millôr. Com o trabalho deles, nós víamos as nossas vidas ao avesso, por um outro ângulo. Isso nos ilumina muito. Millôr era importante desde que trabalhava na revista ‘O Cruzeiro’, há muitos anos. Ele criou um tipo de humor muito culto, muito inteligente, instruído, influenciado por pessoas como o Steinberg. Além disso, era um grande tradutor, o ‘Hamlet’ traduzido por ele é uma maravilha. Os dois não eram apenas humoristas, eram uma espécie de analistas ‘sociológicos’ da nossa vida cotidiana. Morrem dois grandes humoristas e ficam muitos palhaços vivos. Isso é uma coisa triste.”

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand, presidente do MAM, em comunicado: "Millôr Fernandes era um artista completo. Dramaturgo, comediógrafo, cenarista, pensador, tradutor, adaptador. Tinha uma grande ligação com o MAM, onde fez duas exposições: uma individual “Desenho Humorístico”, em setembro de 1957 e outra coletiva “Arte Agora II/Visão da Terra”, organizada pelo critico Roberto Pontual em maio de 1977, onde mostrou sua versatilidade como artista plástico em técnicas como: óleo/tela, bico de pena, guache e colagem. É mais uma grande perda para a cultura brasileira."

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Dilma Rousseff, presidente, em comunicado:

"Millôr Fernandes foi um gênio brasileiro, um ícone do humorismo. Brilhante jornalista, com a mesma maestria tornou-se escritor, cartunista e dramaturgo. Autodidata, traduziu para o português dezenas de obras teatrais clássicas. Atuou em diversos veículos de comunicação, além de ter sido fundador de publicações alternativas. Com sua morte, o Brasil e toda a nossa geração perdem uma referência intelectual."

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Eduardo Paes, prefeito do Rio, em comunicado:

"O Rio de Janeiro perdeu hoje, com a morte de Millôr Fernandes, não apenas um homem fantástico, mas grande parte de seu humor e leveza. Jornalista, escritor, desenhista, tradutor, humorista: são tantos os talentos desse carioca nascido no Méier que se tivesse de escolher uma palavra apenas para defini-lo seria 'indispensável'. Millôr foi uma figura ímpar na história recente dessa cidade, tendo participado ativamente da fundação do Pasquim e da luta intelectual contra a ditadura militar. Mas, principalmente, por ter travado uma batalha incessante contra a ignorância política, os desvios éticos e a "legalização da corrupção", sempre usando o humor afiado como sua principal arma."

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Eduardo Wotzik, diretor da peça "Millôr impossível": “Foi o maior homem que eu conheci. Uma dessas poucas pessoas que você tem realmente prazer em conhecer. Foi ele que me explicou que a inteligência pe a maior energia de vitalidade do ser humano. Morrem os apóstolos, os profetas... Mas o Millôr era o papa do humor. Era um sujeito surpreendente, com um espírito crítico refinado, e talvez o homem mais livre que eu já conheci. Ele era realmente capaz de transformar e melhorar a nossa vida com o que ele fazia. Talvez ele tenha as melhores peças, as melhores traduções, os melhores poemas, as melhores piadas e os melhores haikais. ele não dava esmola, tudo que ele dava era o melhor. A peça que eu fiz se chamava "Millôr impossível", porque é impossível sintetizar o que ele era, e também porque ele sempre foi um moleque impossível”.

Fonte: O Globo, 28/03/2012

por Luis Fernando Veríssimo

“O Millôr Fernandes só não é reconhecido como um dos dois ou três maiores humoristas do mundo porque escreve nesta língua um tanto exótica que é o português, que pouca gente conhece. Além disso, ele tem sido um exemplo de coerência, de fecundidade intelectual – acho que ele não vai gostar desta – e de comportamento para todo mundo”.

Fonte: Playboy, v. 14, n. 1, jan. 1989

“O Millôr diz que botam o humorista numa espécie de gueto, e eu acho que isso ainda existe. O próprio Millôr é uma prova. Há anos ele é um dos grandes pensadores brasileiros e um dos nossos maiores escritores e artistas, mas você raramente vê o nome dele ao lado dos intelectuais ‘respeitáveis’ quando fazem a relação”.

Fonte: O Globo, 17/08/ 1996 – Daniela Name 

Marcelo Madureira, humorista: "A bruxa está solta no humor. Ele mostrou ao mundo que o humorista é um intelectual. Não todos, é claro. E foi a duras penas, traduzindo Shakespeare, fazendo haikai. Uma vez, quando éramos jovens, eu e Helio de La Peña fomos à casa dele levar exemplares da revista 'Casseta Popular'. Estávamos tremendo de medo, dois mortais diante de Zeus. Ele abriu a porta, pegou os exemplares, olhou para nós e disse: 'Muito obrigado, façam sucesso e fiquem ricos.' Espero que os vaticínios de Millôr, como Deus do humor, se cumpram. Fazer sucesso, fizemos, falta ficarmos ricos. Millôr inventou o frescol, único esporte no mundo que não tem pontos. Agora querem fazer um campeonato de frescobol. Se estivesse vivo, ele condenaria, é a prova inequívoca de que a humanidade involui. Ele sempre teve posições muito firmes. Não entrou com pedido de bolsa-ditadura. Foi coerente. Dizia: 'Não sabia que aquilo era investimento.' Millôr Fernandes, do Méier para a eternidade."

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Marcelo Tas, humorista e apresentador: Twitter: “Ele dizia que não se evita o nascimento nem a morte e perguntava se não dava pra melhorar o intervalo? Mostrou que sim! Obrigado mestre Millôr”

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Renata Sorrah , atriz: "A gente perde um grande homem e uma das maiores inteligências do país. Além de um grande escritor, um tradutor primoroso, porque um tradutor precisa ter um talento especial e um domínio completo da sua própria língua para poder passar para os outros o que um autor quer expressar. Ele traduziu as peças mais especiais da minha carreira, como "Os veranistas" (1978), de Górki, "Afinal uma mulher de negócios", de Fassbinder, "As lágrimas amargas de Petra von Kant" (1982), também do Fassbinder, "Grande pequeno" (1985), do Botto Strauss, "Encontrarse" (1989), do Pirandello, e "Medeia" (2004), de Eurípedes. Fora que, em 1977, eu fiz "É..." com a Fernanda Montenegro e com o Fernando Torres, uma comédia maravilhosa, que foi um grande sucesso."

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Sérgio Augusto, jornalista e escritor: “Conheci o Millôr em 1963, quando fui trabalhar como redator na ‘Revista Cruzeiro’. Tenho tanta coisa para dizer... eu achava ele o grande filósofo do Brasil. Ele foi a pessoa mais inteligente que conheci, o maior humorista e o maior frasista. É o nosso Bernard Shaw, o nosso Groucho Marx, nosso Saul Steinberg. Com a diferença de que os dois primeiros não sabiam desenhar, e o Saul não sabia escrever. O Millôr juntava tudo isso. Ele era de uma versatilidade extraordinária. E era um franco atirador, um autodidata, e se orgulhava disso. Não tinha formação universitária, dizia que tinha se formado na Universidade Livre do Méier! Acho que ele tinha um domínio da língua portuguesa como ninguém, e escrevia com uma concisão absoluta. Foi uma figura genial.”

Fonte: O Globo, 28/03/2012

Sérgio Sant’Anna, escritor, “O humor em geral é rasteiro. Na busca da popularidade, tem a ânsia de facilitar. O Millôr não facilitava nada. Ele fazia de você, leitor, inteligente também. Isso era excepcional. As páginas dele eram sempre ilustradas: era palavra e imagem ao mesmo tempo.”

Fonte: O Globo, 28/03/2012

 

 

Prossiga na entrevista:

Por que escreve?

Onde escreve?

Como escreve?

Biografia