Autoria - Orientação - Grau - Local - Data - Pg RICIERI, Francine F.W. Paulo Elias A. Franchetti Dr. UNICAMP 2001 Título: A imagem poetica em Alphonsus de Guimaraens : espelhamentos e tensões
Sinopse: Esta tese tem por objeto a poesia de Alphonsus de Guimaraens (1870-1921). Analisando recortes temáticos feitos em sua obra, procurou observar a constituição de imagens recorrentes nesta escrita, com destaque para os processos de reflexão metapoética que a acompanham e definem, na problematização do próprio estatuto do escrever. Considerado um sujeito poético constituído a partir de desdobramentos internos e tensões insuperáveis, a imagem poética é descrita enquanto processo constante de autoespelhamento e reflexão. Motivos míticos e literários são valorizados como especialmente favoráveis à observação das partições desta lírica, que se vale também da leitura de textos outros, cujas imagens distorce e recria espelhando na constituição de sua própria escrita/leitura. Leituras poéticas de Gaston Bachelard (que sugeriu uma certa androginia promovida pela palavra poética) são evocadas como paralelas a análises que almejam decompor o tom melancólico dominante nesta lírica em indicadores de uma mítica reminiscência androgínica, em que a um perdido equilíbrio nirvânico contrapõem-se instabilidades, angústias, desespero e a Palavra erotizada enquanto infinitude de tudo o que este universo representa desejante. Simultaneamente evocando Hamlet e o sujeito de "O corvo" (poe), o primeiro capítulo explora imagens do poema "A cabeça de corvo", cujo sujeito poético, às voltas com disperso non-sense, define-se por sua paralisia e inação ?próprias ao ato de escrever. O segundo capítulo, centrado nas variantes de poema intitulado "Ofélia", persegue as metamorfoses em que a musa shakespeareana é acionada para constituir o que, nesta poética, enforma a escrita enquanto fluxo e movimento. Ofélia e Hamlet (duplos atualizados em outras imagens) são tomados então como base para a análise das nuances em que se formalizam as oscilações entre os excessos do corpo desejante palavra e a quietude inalcançável do silêncio: da exclusão social da escrita às resistências do sujeito poético com ela confrontado
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