Autoria - Orientação - Grau - Local – Data
HECK, Caroline Rafaela Lúcia Sá Rebello Ms. UFRGS 2007
Título: A gargalhada mostra seus dentes: o riso como instrumento de crítica em Campos de Carvalho
Sinopse: Este trabalho trata da abordagem de duas obras literárias como fonte de conhecimento histórico e as implicações dessa forma de olhar para a história e para a literatura. A lua vem da Ásia e O púcaro Búlgaro, obras do escritor mineiro Campos de Carvalho, são vistas sob a perspectiva de obras que, analisadas dentro de seu contexto histórico, são lentes através das quais podemos ver o que pensava o seu autor sobre a realidade que questionava, sem, no entanto, associar-se a nenhuma linha de pensamento pré-determinada, razão esta que fez com que seus livros desaparecessem das prateleiras e das análises de críticos especializados, numa época em que o engajamento político direto era condição determinante para ser lido. A análise da crítica social mordaz de Campos de Carvalho é feita através da perspectiva do riso e do risível nos dois romances analisados. O riso é visto como uma forma de apontar as falhas da sociedade massificante, consumista e belicosa que criticava. Os narradores de Campos de Carvalho podem ser lidos como gêmeos: ¿noite¿/¿dia¿, revelam seu descontentamento com o mundo através do controle das narrativas, respectivamente, de A lua vem da Ásia e O púcaro búlgaro, e apontam, de formas diferentes, sua desesperança frente ao mundo. A questão da interdisciplinaridade também é discutida neste trabalho, num momento em que as diversas áreas de conhecimento dialogam entre si para se enriquecer mutuamente, uma vez que, de narrativas ficcionais, se podem extrair informações válidas para a pesquisa em história.
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Autoria - Orientação - Grau - Local – Data
ARANTES, Geraldo Noel Vilma Sant'Anna A. Ms UNICAMP 2005
Título: Campos de Carvalho : ineditos, dispersos e renegados
Sinopse:
Este trabalho contém os resultados da pesquisa, compilação e análise de parte da obra do escritor Walter Campos de Carvalho (1919-1998). Foram os principais objetos de interesse aquilo que posso chamar de obra dispersa do autor, mais especificamente Tribo, obra de 1954, crônicas dispersas da década de 1970 publicadas no periódico O Pasquim, bem como uma coleção de poemas inéditos que datam do final da década de 1940 e início dos anos 50. No campo da recepção houve a compilação e análise da fortuna crítica do escritor, desde a década de 1950 até os dias atuais. Da colaboração da esposa do autor, Sra. Lygia Rosa de Carvalho, resultou um vasto material, registrado em depoimentos colhidos ao longo do anos de 2004. O objetivo maior do estudo foi a reunião de um corpus consistente ? e que se encontrava disperso ? que permitisse a análise da importância da obra do escritor dentro do cenário da literatura brasileira do século XX. Os topoi privilegiados como suporte foram aqueles que distinguiram Campos de Carvalho: o humor de extração nonsense, a subversão das regras canônicas, a produção literária de caráter insurreto, a preocupação com as liberdades individuais, a aguda defesa da sensibilidade individualista, a revitalização de paradigmas da vanguarda surrealista. Foi também dedicada especial atenção ao estudo de alguns inéditos do autor, textos que tiveram lugar em momento anterior ao aparecimento de suas obras mais freqüentadas |
Autoria - Orientação - Grau - Local – Data
PEREIRA, Roberval Alves Maria Eugenia G.B.D Dr. UNICAMP 2000
Título: O desertor no deserto : a trajetoria do Eu na Obra reunida de Campos de Carvalho
Sinopse: Concebendo-se a loucura como o princípio poético estruturador, na Obra reunida de Campos de Carvalho, postula-se que o Eu poético, na forma de um eu de confronto e de auto confronto, realiza um duplo percurso no mundo e no eu. "O percurso no mundo", levado a efeito sobretudo em A lua vem da Asia, implica basicamente num processo de difamação e de autodifamação por parte do anti-herói trapaceiro e excêntrico, e de feição tragicômica, em seu envolvimento - :fraudador, suicida - com o próprio mundo, segundo as clandestinas regras do jogo. Tal processo, que não esconde, por trás do trapaceiro multifacetado e "fingido", o indignado e rebelde, em permanente conflito consigo mesmo, levará o narrador-personagem, já ao final de A lua vem da Ásia, a uma rejeição cada vez mais nítida e direta do mundo, o que se efetiva (como recusa das regras do jogo) nos dois percurso no eu". Ocorre, aí (precisamente, ao final de A chuva imóvel), o "primeiro desfecho" da Obra reunida, com o resgate do Eu que se busca, mas, paradoxakmente, no momento mesmo da sua morte por auto-supressão (suicídio). Esse momento representaria (e antecíparia, no plano histórico), o fechamento de uma etapa, com a morte simbólica do sujeito moderno tradicional e também do seu mundo. Finalmente, com Opúcaro búlgaro -o "segundo desfecho" - configura-se uma espécie de Nova Ordem: no que toca ao destino do Eu, que cede então seu lugar ao "discurso", enquanto centro das atenções, aí sobrevive, isto é, tem espaço, apenas o seu lado cômico e dissimulado, e em condições nada favoráveis.
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