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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Almeida Garret

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garret

Nasceu em Porto, Portugal, em 04/01/1799. Escritor, jornalista, advogado, político, dramaturgo, orador, é considerado o introdutor e o escritor mais representativo do romantismo português. Em 1821, após concluir o curso de Direito, em Coimbra, publicou O retrato de Vênus, o qual lhe valeu um processo por obscenidade. Foi considerado materialista, ateu e imoral. Teve participação ativa na Revolução Liberal de 1820. Após o golpe de 1822, partiu para o exílio na Inglaterra, onde permanece até 1826. Toma contato com as obras de Shakespeare, Walter Scott e Lord Byron e compõe os poemas Camões (1825) e Dona Branca (1826), os quais são tidos como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal. Anistiado, regressa à pátria e dedica-se ao jornalismo, chegando a fundar e dirigir um jornal diário (O Português) e um semanal (O Cronista). Em 1828, com o regresso do Rei absolutista Dom Miguel, é novamente exilado e volta para a Inglaterra, onde publica mais duas obras: Adozinha (1828) e Catão (1828). Retorna à Lisboa em 1832 e, juntamente com Alexandre Herculano e Joaquim António de Albuquerque, integra o exército de D. Pedro no cerco à cidade do Porto. A partir daí assume destacados cargos políticos, sendo nomeado cônsul geral na Bélgica (1833-1836). De volta à Portugal, exerceu diversos cargos e torna-se um dos maiores oradores nacionais. Foram de sua iniciativa a criação do Conservatório de Arte Dramática, da Inspeção-Geral dos Teatros, do Panteão Nacional e do Teatro Nacional D. Maria II. Mais do que construir teatro, Garret renovou a produção dramática nacional com suas obras. No séc. XIX e parte do séc. XX, sua obra foi tida como uma das mais genais da língua, inferior apenas à de Camões.  Somente em meados do séc. XX, a crítica – notadamente João Gaspar Simões – veio questionar esta apreciação, assinalando os aspectos mais fracos de sua produção. De qualquer modo, permanece como um dos grandes da literatura portuguesa, pelas inovações que a ela trouxe e pelos novos rumos que abriu aos escritores que lhe seguiram. De sua vasta obra, destacam-se as peças de teatro  Um auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1842) e a obra-prima Frei Luís de Souza (1844). Na prosa, destacam-se O arco de Santana, vol. 1 e 2 (1845, 1850) e Viagens na minha terra (1846), livro híbrido em que impressões de viagem, de arte, paisagens e costumes se entrelaçam com uma novela romântica sobre fatos contemporâneos do autor e ocorridos na proximidade dos lugares descritos. Na poesia, temos Flores sem fruto (1844) e a coletânea de poemas líricos Folhas caídas (1853). Tais obras introduziram uma espontaneidade e uma simplicidade praticamente desconhecidas na poesia portuguesa anterior. Faleceu em 09/12/1854.

Prossiga na entrevista:

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Jornalismo
História