Cyro dos Santos Martins. Nasceu em Quaraí, RS, em 5/08/1908, Escritor e psicanalista. Integrante destacado da “Geração de 30” e responsável pela introdução do tipo gaúcho, já influenciado pelos novos costumes, na literatura regional do seu estado. Sua estréia se dá com Campo fora (1934), ao mesmo tempo em que inicia a carreira de médico,  e anuncia a temática desenvolvida posteriormente. Três de seus livros - Sem rumo (1937), Porteira fechada (1944) e Estrada nova (1954) – compõem sua “trilogia do gaúcho a pé”. É um retrato vivo do gaúcho marginalizado pelo processo de industrialização e concentração urbana. Em 1938 presta  concurso para Psiquiatria do Hospital São Pedro e, em seguida participa da fundação da Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal. Foi um dos pioneiros no estudo e prática da psicanálise no país. Em 1951 completa sua formação psicanalítica em Buenos Aires e três anos depois completa sua famosa trilogia com o romance Estrada nova, que a crítica literária considerou como o melhor e mais sólido romance do autor. Em 1957 torna-se o presidente da Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Neurocirurgia, e inicia sua carreira como professor no Instituto de Psicanálise. No mesmo ano publica Paz nos campos, reunindo contos e novelas. Além da produção literária, seus trabalhos científicos foram para o espanhol e o alemão. Em 1990, aos 82 anos, sente a necessidade de documentar suas memórias e publica junto com seu amigo Abrão Slavutzky Para início de conversa. No ano seguinte publica seu  último trabalho de ficção: Um sorriso para o destino, e funda o Instituto Cyro Martins de Psiquiatria e Psicoterapia. Apartir daí passa a refletir sobre a psicanálise e nos brinda com mais um livro de ensaios: Caminhos (1993). No ano seguinte, retorna às memórias e despede-se dos amigos em Páginas soltas (1994). Faleceu em 15/12/1995. Sua filha Maria Helena Martins criou em 1997 o Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins - CELPCYRO, com o apoio da família, amigos, médicos e escritores gaúchos cujo propósito é cuidar da vasta obra que nos legou e promover estudos a partir dela. Nestes 20 e poucos anos de existência, o CELPCYRO vem cumprindo seus propósitos com muita competência, dando maior visibilidade às relações da literatura com a psicanálise.