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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Harold Robbins

Harold Rubin

Nasceu em 21 de maio de 1916, em Nova Iorque, EUA. Escritor e um dos maiores best-sellers do mundo. Sua vida atribulada poderia muito bem servir como enredo de seus livros, o que ele fez anos mais tarde. Abandonado pelos pais ao nascer, foi criado num orfanato até os 11 anos. Adotado por uma família judaica, fugiu de casa aos 15, falsificou a idade e se alistou na Marinha. Em seguida passou a trabalhar  como serviçal em diversos empregos, inclusive numa gângster de Nova York. Aos 20 anos passou a vender açúcar para o comércio atacadista e ficou rico, tornando-se milionário especulando ações na Bolsa. No início da II Guerra Mundial, perdeu toda a fortuna e se mudou para Hollywood, onde encontrou trabalho nos estúdios da Universal. Começando como balconista de remessa, logo se tornou um executivo e escreveu seu primeiro romance tendo como base sua própria vida. O livro - Nunca amarás um estranho (1948) – é um dramalhão que o editor Pat Knopf aceitou porque “em qualquer página você teria lágrimas e na próxima você teria um espanto”. Via-se que o rapaz tinha talento para se tornar um best-seller. No livro seguinte, Os comerciantes do sonho (1949), ele repetiu a fórmula: misturou suas experiências de vida, fatos históricos, muito melodrama, sexo e ação envoltos numa história rápida e comovente. É a história da indústria cinematográfica vista por dentro e por quem conhece. A partir daí foram mais de 20 livros recheados de homens poderosos, mulheres fatais, traições e muito dinheiro. O sexo é a matéria prima principal de seus livros, exposta no próprio título: Os insaciáveis (2004); Os libertinos, Os implacáveis, Os estupadores (1993) O garanhão (1971); Os devassos (1996). Em 2007 Andrew Wilson escreveu sua biografia e deu um título apropriado: Harold Robbins, o homem que inventou o sexo. No Brasil, sua editora foi a Record, e o editor Alfredo Machado, malandramente, colocava o nome de Nelson Rodrigues como tradutor. Ele tinha como certo que o público haveria de gostar da união de dois mestres da "sacanagem e putaria". Um no plano nacional traduzindo outro conhecido internacionalmente. Claro que, para isso, Nelson Rodrigues aceitava uns dinheirinhos por fora, conforme relata Ruy Castro em sua biografia. Mas o próprio Nelson dizia que “Robbins é um momento da estupidez humana”. As revistas de literatura, quando se dignam a mencionar seu nome, é para incluí-lo entre os autores que só contam “quantitativamente como quem conta a produção de batatas”. Foi um dos poucos escritores que conseguia pagamento antecipado de um U$ 1 milhão de seus editores de Nova Iorque ou pelos produtores de Hollywood. Ao ver seu livro The piranhas traduzido aqui como Os estrupadores, ficou intrigado com a tradução e ao saber o significado da palavra piranha, caiu na gargalhada e gritou para sua mulher: “Jan!, você não vai acreditar! Piranha quer dizer prostituta no Brasil!. Essa é muito boa!”. Em 1982 sofreu um acidente, passou a usar cadeira de rodas e continuou a escrever mais best-sellers, dos quais muitos viraram filmes. Alguns títulos traduzidos para o português, além dos citados: Os caçadores (1998); O indomável, O magnata (1998); Os predadores, O segredo (1998); Cidade do pecado (2005); Nunca é o bastante (2004); Os traidores (2007); No calor da paixão (2006); A mulher só etc. Quase todos editados pela Record. Faleceu em 14 de outubro de 1997.

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Cinema