John Griffit
Nasceu em San Francisco, Califórnia, EUA, em 12/01/1876. Romancista e jornalista, filho de uma família pobre cujo pai saiu de casa quando soube que a esposa estava grávida, teve uma infância terrivelmente difícil. Abandonou a escola aos 14 anos para trabalhar numa fábrica de enlatados, depois foi jornaleiro, varredor, balconista e na adolescência viveu uma experiência duríssima como empregado numa tecelagem de juta. Em maio de 1893, aos 17 anos, retornando de sua primeira grande viagem marítima (que o conduzira ao Japão e às ilhas Bonin), encontrou-se economicamente quebrado. Viu-se então forçado a aceitar o mais terrível emprego da sua vida, numa tecelagem de juta: dez horas por dia a dez cents a hora. Um conto sobre um tufão na costa do Japão, premiado com 25 dólares pelo San Francisco Morning Call, livrou-o dessa situação. A experiência de oito meses, porém, deixou-lhe marcas profundas. Em 1894, depois da tecelagem e do trabalho igualmente mal pago numa usina elétrica, sentiu que já era tempo de pegar a estrada. A decisão se deu quando, banhando-se num rio em Sacramento, ele encontrou uma gangue de "road kids", garotos estradeiros. "As aventuras que eles contavam faziam minha experiência como pirata de ostras parecer histórias da carochinha", anotou em seu diário. Então, com os novos amigos, ele aprendeu a saltar nos trens de carga e neles cruzou os Estados Unidos. As viagens de trem conduziram Jack às exuberantes cataratas do Niágara. Em julho de 1894, quando visitava as quedas, ele foi preso por vagabundagem e enviado para a Penitenciária de Erie County, em Buffalo, Nova Iorque. Viveu um mês entre assassinos, facínoras e escroques. Inimigo ferrenho do capitalismo, odiava a ganância que impulsionava o desenvolvimento da América. Sua infância sacrficada, a adolescência rebelde e a experiência na prisão deram-lhe profundas convicções socialistas. Viveu no Klondike, Canadá, no ano de 1897, durante a Corrida do Ouro. Após isso, decidiu "viver do cérebo" deixando de lado "o poder do músculo" e tornou-se escritor. Seu primeiro conto, The son of the wolf (1900), descreve a luta de um homem num meio hostil, e fez grande sucesso desde o seu lançamento. Seus romances manifestam quase sempre o conflito entre o acentuado individualismo do autor e seus anseios por reformas sociais. Em seguida publicou O Chamado da floresta, considerado a mais famosa história de cachorro já escrita. Navegou durante anos por terras distantes. Essas experiências de viagem, mais tarde, lhe inspiraram contos e romances que o tornaram famoso, com seu estilo típico de relatar os aspectos brutais e vigorosos da vida. Operário, catador de ostras clandestino, revolucionário marxista, dono de uma mal-sucedida fábrica de sucos, correspondente de guerra, marinheiro, minerador de ouro, escritor best-seller, vagabundo... London carregava consigo a imagem de um homem de ação. Diferentemente de alguns de seus sucessores entusiasmados pelos cenários urbanos, como F. Scott Fitzgerald ou os beatniks, ele preferia os perigos da natureza, nas geleiras no alto-mar ou nas selvas tropicais. Bebedor imoderado, não tardou a sentir os efeitos da vida intensa e desregrada. Após sofrer muito tempo de uremia, suicidou-se aos 40 anos, ingerindo uma overdose de morfina, em sua fazenda de Glenn Ellen, Califórnia (chamada de Casa do Lobo). Outras obras: The Sea-Wolf (O Lobo do Mar) (1904); White Fang (Caninos Brancos) (1906); Adventure (1911; The Scarlet Plague (1912): trad. portuguesa: A Praga Escarlate); The Star Rover (O Andarilho das Estrelas) (1915); Jerry of the Islands (1917); Hearts of Three (1920). Faleceu em 22/11/1916.
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