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ENTREVISTA SIMULTÂNEA
                             José Saramago

José de Sousa Saramago

Nasceu em 16/11/1922, em Azinhaga, Portugal. O primeiro escritor que pode dizer “obrigado” ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998. Um escritor que, não obstante sua condição de ateu confesso, fez o mundo ver, através de uma história romanceada, um Jesus Cristo mais humano do que Ernest Renan em seu famoso estudo histórico Vida de Jesus. Está certo que Saramago alcançou a fama com Jangada de pedra (1988) e Memorial do convento (1983), porém foi com O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991) que ele obteve consagração mundial. Além de romancista, é dramaturgo e poeta barroco no seu modo peculiar de escrever. Seu modo de escrever, como se fala, de uma maneira rebuscada, nasceu de um ímpeto: “Essa idéia não surgiu, simplesmente nasceu. Foi quando estava no princípio de Levantado do chão (1980) que, subitamente, sem qualquer reflexão prévia, o relato se soltou, como se, em vez de escrever, eu estivesse a falar”. São fenômenos difíceis de explicar, a não ser como mistérios da criação literária. Mistérios, aliás, que acompanham o escritor desde quando estava em Sevilha, prestes a atravessar uma rua, e viu numa banca de jornal na calçada uma publicação com o título O Evangelho segundo Jesus Cristo. Na pressa, atravessou a rua com o título na mente: como pode isto? Já do outro lado da rua, a dúvida se agiganta e o faz retornar à banca para verificar do que se tratava. Eis o mistério: não havia publicação alguma com aquele título. Foi uma visão que ficou gravada de modo tão insistente, que obrigou-o a fazer uma pesquisa de fôlego para escrever um livro com aquele título. Seu primeiro livro escrito aos 25 anos, em 1947, foi Terra do pecado. O segundo – outro mistério – viria somente 33 anos depois para consagrá-lo como vencedor do Prêmio Cidade de Lisboa: Levantando do chão. Nesse período, escreveu poemas, contos e peças teatrais, juntamente com a profissão de jornalista, na qual chegou a ser diretor-adjunto do Diário de Notícias. Outros títulos de sua obra: O ano da morte de Ricardo Reis (1988), História do cerco de Lisboa (1989), Viagem a Portugal (1990), In nomine dei (1993), Objecto quase (1994), Ensaio sobre a cegueira (1995), A bagagem do viajante (1996), Todos os nomes (1997), Cadernos de Lanzarote (1997), O conto da ilha desconhecida (1998), A caverna (2000), O homem duplicado (2002), Ensaio sobre a lucidez (2004), As intermitências da morte (2005). Em 2005 publicou a peça Don Giovanni ou o dissoluto absolvido, na qual o sedutor se transforma num homem permanentemente seduzido. Suas duas últimas publicações foram A viagem do elefante (2008) e Caim (2009). Faleceu em 18/06/2010.

                                  

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