Louis-Ferdinand Destouches. Conhecido simplesmente por Céline, nasceu em 27/05/1894, em Courbevoie, França. Escritor e médico de uma família de classe média baixa, recebe uma instrução escolar básica antes de incorporar o exército francês em 1912. Lutou na I Guerra Mundial foi ferido com gravidade no braço direito e sofreu ferimentos na cabeça que lhe deixaram um tinnitus recorrente. Por isto foi condecorado com a Medalha militar, e posteriormente com a Cruz de guerra. Declarado inválido de guerra e enviado para Londres. Em 1922 recebe a licenciatura em Medicina e três anos depois abandona definitivamente a sua família e sob a égide da Liga das Nações viaja pela Suíça, Inglaterra, Camarões, Canadá, Estados Unidos e Cuba. Em 1928 instala um consultório privado em Montmartre especializando-se em obstetricia. Em 1931 abandona a clínica privada por um cargo público de dispensário. Em 1932 completa sua obra mais aclamada: Voyage au bout de la nuit (Viagem ao fundo da noite) e por pouco não recebeu o prémio Goncourt tendo contudo recebido posteriormente o Prêmio Renaudot. Trata-se de uma obra que rompe com a literatura da época devido ao uso de linguagem vulgar de um modo mais consistente do que outros escritores haviam tentado, nomeadamente Zola. Em 1936 escreveu Morte a crédito, apresentando uma visão inovadora, caótica e anti-heróica do sofrimento humano. Ao contrário de seus romances, os três panfletos, Bagatelles pour un massacre (1938), a Escola dos cadáveres (1938) e os Bonitos panos (1941), revelam um Céline abertamente anti-semita, fato que lhe terá valido a famosa acusação da parte de Sartre de ter colaborado com os Nazistas, o que não corresponde à verdade. Após a queda do regime de Vichy, escapa para Sigmaringen na Alemanha. Após a queda do nazismo foge para a Dinamarca, tendo sido julgado à revelia em França e condenado a um ano de prisão e considerado uma "vergonha pública". Anistiado, retorna a França em 1951. Recupera notoriedade em 1957 com uma trilogia referente a sua estadia na Alemanha, onde relata o seu exílio com um estilo cada vez mais inovador e autobiográfico: Um castelo a outro, Norte e Rigodon. Nessa altura torna-se um ídolo da chamada beat generation. O seu pensamento niilista é marcado por acentos heróico-cômicos e épicos e por uma grande força e vivacidade. Controvertido, essencialmente por causa de seus textos anti-semitas, publicados entre 1937 e 1941 - reproduzidos durante a ocupação - Céline tornou-se um escritor maldito que, a despeito do enorme valor de suas obras, não figura entre os escritores mais conceituados da França. Outras obras: Semmelweis (1924), L'Église (1933), Mea culpa (1936), L'École des cadavres(1938), Les Beaux Draps (1941), Entretiens avec le Professeur (1955), D'un château l'autre (1957) Nord (1960). Faleceu em 1961
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