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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Vladimir Nabokov

Nasceu na Rússia, em 1899. Filho de um eminente jurista e estadista, aprendeu a ler em inglês antes mesmo de dominar o russo. A família deixou o país após a Revolução bolchevique. Na Inglaterra, estudou literatura russa e francesa e formou-se em 1922. Partiu para Berlim, onde se reencontrou com a família e permaneceu até 1937. Seu primeiro livro, Mashenka, é de 1926, seguido de King, quenn, knave (1928), The defense (1930) e Despair (1936). Por essa época foi colaborador da revista Contemporary Annals e do jornal Rudder, de exilados russos. Após uma temporada em Paris (1937-40), foi morar nos EUA , tornou-se cidadão norte-americano e passou a escrever em inglês. Quando sua obra foi liberada para publicação na Rússia, em 1991, seus colegas russos consideraram se ele não seria um escritor inglês demais em russo. Contudo, Andrei Bitov deu o assunto por resolvido: “Não acredito que Nabokov pretendesse ensinar inglês ao idioma russo, mas ele conseguiu ensinar russo ao idioma inglês”. Nos EUA, lecionou literatura russa e técnicas de redação em universidades, além de continuar publicando livros. Todavia, a fama e o reconhecimento da crítica só vieram em 1958, com Lolita, romance que o projetou no cenário internacional e foi filmado duas vezes. No ano seguinte, transferiu-se para a Suíça e passou a dedicar-se exclusivamente à sua obra: Nabokov`s dozen (1958), Ada (1969), Glory (1972), Transparent things (1972), Strong opinions (1973) etc. Seu último livro é uma publicação póstuma - O original de Laura (2009) - feita pelo seu filho, que não atendeu a recomendação do pai para destruir o material. Em 1973 recebeu o National Award of Literature  e gostava de se reconhecido, também, como entomologista, pois chegou a classificar cientificamente dois gêneros de lepidópteros. Dizia que sua paixão por borboletas era maior do que pela literatura, e só após a riqueza obtida com Lolita pode-se dedicar a esse hobby com mais intensidade. Faleceu em Montreaux, em 1977.

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