É pacífica a idéia, na teoria fílmica contemporânea, de que o texto fílmico tem autonomia de código narrativo textual, principalmente após as reflexões desenvolvidas a partir dos anos 1960 por Christian Metz: "O cinema não é uma linguagem, sem dúvida nenhuma, mas pode ser considerado como uma linguagem, na medida em que ordena os elementos significativos no seio de combinações reguladas, diferentes daquelas praticadas pelos idiomas e que tampouco decalcam a realidade. Assim, sendo uma linguagem, permite uma escrita, isto é, o texto fílmico". Essa reflexão repercute entre a crítica cinematográfica e a literária gerando aplicação importante no meio dos estudos comparados que se ocupam das relações entre palavra e imagem, por pesquisadores como André Gaudreault, Jeanne-Marie Clerc, Francis Vanoye ou Michel Serceau. No Brasil, é com Haroldo de Campos e Julio Plaza que tal idéia vai avançar com consequências incontornáveis no âmbito dos estudos semiológicos acadêmicos".
Fonte: PEREIRA, Helena Bonito (org.) Novas leituras da ficção brasileira no século XXI. São Paulo: Universidade Presbiteriana Macknzie, 2011. p. 199.
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