"Os escritores de minha geração, e aqueles que foram criados com o cinema, conhecem muito bem esses meios, grandemente diversos, sabem o que é melhor para a câmera e o que é melhor para o escritor. Aprende- se a pular a cena de multidão, a porta majestosa, a ironia banal de dar um close nos pés-de-galinha da beldade. A diferença entre esses ofícios foi, penso eu, claramente compreendida, e em conseqüência disso não há um bom filme que tenha vindo da adaptação de um bom romance. Eu adoraria escrever um roteiro original se achasse um diretor compreensivo. Anos atrás, René Clair ia filmar alguns contos meus, mas assim que o escritório central ouviu falar do assunto, retirou todo o dinheiro".
Fonte: Os escritores – as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
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