"Slapstick pode ser um livro muito ruim. Estou bastante disposto a acreditar nisso. Todo mundo escreve maus livros, por que não eu? O que acho estranho nas críticas é eles quererem que as pessoas admitam agora que nunca fui bom. O crítico do Sunday Times chegou literalmente a pedir aos críticos que haviam me elogiado no passado para admitirem agora, em público, que haviam se enganado. Meu editor, Sam Lawrence, tentou me consolar dizendo que os autores eram invariavelmente atacados quando se tornavam fabulosamente prósperos. Nunca me senti tão mal em minha vida. Senti como se estivesse dormindo em pé em um vagão na Alemanha outra vez. De repente, os críticos queriam me esmagar como a um inseto. E não foi apenas por eu ter ganho dinheiro rapidamente. A queixa oculta foi que eu era um bárbaro, que escrevia sem ter feito um estudo sistemático da grande literatura, que eu não era um gentleman, já que havia escrito de bom grado tantas banalidades para revistas vulgares, apenas por dinheiro. Que eu não tinha cumprido minhas obrigações acadêmicas".
Fonte: Os escritores 2: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras , 1989.
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