"Dá para conciliar jornalismo e literatura no dia-a-dia, mas uma das atividades sempre fica em segundo plano. No meu caso, é a literatura que sai perdendo, porque o jornalismo me ocupa a maior parte do tempo. As duas áreas exigem tempo e energia e nem sempre eu chego disposta da redação. Na maioria das vezes estou cansada e não consigo escrever. É uma harmonia difícil de conciliar. Eu sou um caso de disciplina e indisciplina nesse ponto. Porque, quando estou em processo de produção literária, estipulo uma rotina bem disciplinada para escrever, senão, não sai. Meu último livro, por exemplo, eu escrevi nas férias de 2007. Comecei o romance, dei uma evoluída no tempo que estive fora do jornalismo. Quando voltei para o Correio Braziliense, tive que me focar e me disciplinar para continuar no livro, senão ele empacava. Mas assim que eu terminei ele, voltei para a indisciplina de novo.... Uma das vantagens do jornalismo é o exercício constante da escrita. Embora eu seja editora do Caderno de Cultura do Correio Braziliense, sempre escrevo críticas, resenhas de livros ou discos e entrevistas. Escrever traz agilidade, te dá recursos".
Fonte: ANDRADE, Marcela Heitor. Jornalistas podem ser escritores: 21 entrevistas brasilienses. Monografia apresentada à Faculdade de Comunicação da UnB como requisito para a graduação em Comunicação Social. Brasilia: UNB, 2008.
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