"Creio que o jornalismo presta à arte literária - e isto é intuitivo - todos os serviços de propaganda e difusão rápida, que ela requer para se desenvolver. E sobretudo em um meio como o nosso, em que a indústria editora é tão arisca e mofina, ele é um estimulante eficaz à atividade intelectual dos neófitos de valor. Estas são as inegáveis utilidades, no que se refere à literatura. Entre as suas influências nocivas, é bom lembrar que facilita uma literatura de fancaria, que embota e corrompe o gosto artístico dos leitores e determina a decadência dos escritores que a executam (e temos exemplos contemporâneos memoráveis), quer instigados pela necessidade de viver, quer induzidos por uma ânsia vã de reclamos e glórias".
Fonte: RIO, João do. O momento literário. Rio de Janeiro: Garnier, 1904.
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