"Creio que qualquer atividade profissional é prejudicial ao escritor, pois queima tempo e neurônios. Mas, considerando que livro raramente garante a subsistência do autor, qual é a alternativa? Ter uma literatura produzida tão somente por herdeiros? Esperar que todo escritor se encaixe no ideal romântico do artista faminto? Prejudicial ou não, mesmo com o risco de a linguagem jornalística contaminar a literatura, o fato é que aspirantes a escritor precisam trabalhar. Às vezes me parece que o meio literário brasileiro ainda tem um pé no parnasianismo. Não no estilo, mas na idéia de que ‘O Escritor e A Literatura estão lá no Parnaso, flutuando acima da vida’... O jornalista não é um escritor. São coisas distintas, mas que podem ser realizadas paralelamente. Creio que tanto o jornalismo como a literatura podem ser um ofício ou uma vocação, depende do indivíduo. E como se pode ler em qualquer manual de auto-ajuda, conciliar ofício e vocação é o ideal".
Fonte: COSTA, Cristiane H. <www.penadealuguel.com.br>, 13 de dezembro de 2006.
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