"Eu aprendi com o meu pai a tocar campainhas de porta. E ainda hoje é o que fazemos. As vezes eu toco, às vezes eu não toco. Eu não toco nada de música, adoro música. Escrevo muito, trabalho muito a partir da música, não só com a música, mas a partir da música. Muito, da minha poesia e dos meus contos, partem de música. Criamos... Assobiador... Teve toda essa influência da música... Era para ser um conto, depois eu fui estendendo, estendendo... E, nesta altura, eu ouvia esta música famosa, que é "Canto de la Sibila" que é muito fresco. E todo assobiador... é sobre um homem que assobia de maneira mágica, e a origem desse assobio me inspirava na música que eu estava ouvindo. Incrível, gravada na Capela da Catalunha. Então, a música sim, tem muita influência... A moderna. Eu estudo, sabe? Eu estudo. Eu ouço muito música africana, ouço música angolana... Até ouço, de Angola, que nós temos que é o kuduro, que é uma música muito interessante, de batida e que depois tem letras de crítica social muito fortes. Mas também ouço Chico Buarque... também Adriana Calcanhoto, eu gosto muito do som da Adriana, por exemplo".
Fonte: Programa Roda Viva, da TV Cultura, 15/01/2007
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