"Só me interessa a literatura de compromisso. Creio que não poderia deixar de fazer uma literatura que não seja de compromisso. Proust também não deixa de fazê-lo, e o arquétipo do gênero é Le rouge et le noir, de Sthendal. Na América Latina não pode haver prosa ou poesia que não seja influenciada pelo acontecer político, ainda que seja em segundo plano. A única missão do escritor contemporâneo é o compromisso com sua época e sua gente, sem aceitar deformações culturais e sem isolar-se. Compromisso com o reverdecer dos povos, melhoria de um estrato cultural. O ofício do escritor é semelhante ao do cirurgião, não creio nos predestinados. A literatura atual é esforço, trabalho, investigação, indagação de problemas idiomáticos, para chegar ao âmago da cultura".
Fonte: JOZEF, Bella. Diálogos oblíquos. Rio de Janeiro: Liv. Francisco Alves Ed. 1999.
|