“Escrevemos para nos tornarmos impessoais, para nos tornarmos geniais, e, contudo, escrevendo, identificamo-nos como autores desta ou daquela obra, distanciamo-nos de Genius*, que nunca pode ter a forma de um Eu, e menos ainda a de um autor... O Autor marca o ponto em que uma vida foi jogada na obra. Jogada, não expressa; jogada, não realizada. Por isso, o autor nada pode fazer além de continuar, na obra, não realizado e não dito”
Fonte: AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007. p. 18 e 61
* Deus latino a quem era confiada a proteção de cada homem no momento do seu nascimento.
|