"Eu escrevo porque a escrita é um ato vital. Na realidade quando alguém escreve um poema está dando vida ao mesmo poema; está construindo uma vida diferente, uma vida que tem relação com a vida que todos levamos naturalmente, porque a biografia do autor sempre influe no que escreve. Mas não existe um paralelo exate entre a escrita e a vida, e sim que o próprio poema muitas vezes, inclusive às custas do próprio autor, vai se criando uma vida autonôma. Além do mais a escrita é conhecimento, Conhecimento do que existe no mundo, mas também e sobretudo da própria realidade do autor, que se conhece mais a si mesmo. E através da escrita também se pode ter aquilo que não temos: o viver que não é vivido. Eu por exemplo quando escrevi meu último livro de poesia amorosa Tormenta transparente, vivia atos de amor dento do próprio poema que jamais na vida provavelmetne viverei. Isto indica até que ponto a linguagem é um corpo que se pode moldar, que pode ter respiração, que poder ter, também, circulação sanguínea. Em definitivo, todos nós escrevemos para que nos queiram mais. Mas também para que nos queiramos mais a nós mesmos e ter uma visão do mundo muito diferente. Passar, por assim dizer, ao outro lado da realidade. É aí onde está a poesia. Ao outro lado da realidade, mas sem perder os pés. Porisso a imaginação é tão importante para a poesia. Não tanto a fantasisa e sim imaginação. Por que a imaginação tem sempre um suporte real. O que acontece é a imaginação dá altura e profundidade a esta realidade"
Fonte: www.conoceralautor.com (07/02/2012)
|