"Em O pirotécnico eu digo que escrevo por maldições, porque não há outra maneira. Passei quatro anos na Espanha e disse que não ia escrever mais, porque já tinha escrito dois livros e decidi que ia ler, que era melhor. Mas resisti só três anos; no quarto comecei a escrever novamente. Não está em mim. Talvez no início eu procurasse a literatura, hoje eu verifico que fui mesmo levado e não havia outra maneira. Se nascesse novamente, não escaparia da maldição. Às vezes, fico bastante tempo sem escrever, mas continuo sempre com o pensamento voltado para a literatura, estou sempre pensando em novos contos ou voltando aos antigos e, mesmo que não esteja escrevendo, estou permanentemente ligado à criação. Da criação não consigo escapar".
Fonte: RICCIARDI, Giovanni. Auto-retratos. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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