"Eu sempre acreditei que era para comunicar o mais claramente possível aos que me liam e aos que me escutavam. Mesmo nos meus momentos de maior hermetismo, eu pretendi a clareza. É que sou de um país do sol, de linhas claramente desenhadas numa baía agradável, como a de Cadiz. Eu tenho paixão pelo mar, pelas árvores e pelas flores nos jardins, de arquiteturas brancas. Eu sou um escritor de paz, da paz. Mas, veja, tenho dito freqüentemente: nós vivemos entre a flor e a espada. Me foi dado o nascimento no século das maiores guerras e, ao mesmo tempo, das mais maravilhosas invenções, que, em lugar de serem colocadas a serviço da vida, são quase sempre orientadas em direção da morte: este não é o reino da flor, é o da espada. Mas, entre a flor e a espada, eu estou do lado da flor. É por isso que, no meio das mais fortes e violentas tormentas, eu sou um páraraios da paz".
Fonte: Leia. São Paulo, setembro de1985.
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