"Quando comecei a escrever, narrar histórias, era uma necessidade. Contava histórias de um modo secreto para mudar o mundo dos demais; ter de alguma maneira meu próprio mundo; ter o mundo da realidade tal como eu sonhava e sonho, o desejo de que o mundo fosse aquele dos sonhos. Era o desejo converter o mundo em outra coisa, ou seja, desejo de escrevê-lo. Escrever é um processo como o da alquimia. É como o proceso da poesia; o que a poesia faz com a linguagem, os romancistas o fazem com o relato. A linguagem é, também, uma transfiguraçáo do mundo. Narrar histórias é uma maneira de fazer compreensível e transmissível o mesmo mundo".
Fonte: GRITTI, Delmino. Dos tijolos da Suméria aos megabytes pós-humanos do terceiro milênio. Caxias do Sul (RS): Ed. Liddo, 2007.