“As forças vitais uniam-se convulsivamente ao mesmo tempo e me levavam a mais alta consciência que pudera alcançar. A sensação de viver, de ser, multiplicava-se dez vezes nesses momentos; todas as paixões, todas as dúvidas, todas as inquietações eram resolvidas numa grande paz; depois vinha uma tranquilidade cheia de ilusão e de harmoniosa alegria e esperança. E de repente parecia como se algo saísse da alma; uma luz radiante, desconhecida e indescritível pelo que se podia ver e reconhecer a mais íntima essência das coisas... este sentimento era tão forte e tão doce que, poder desfrutá-lo, ainda que só e por alguns segundos, com gosto daria dez anos de minha vida, e até a vida inteira. Que importa que seja uma enfermidade? Que me importa que seja normal ou anormal, se ao recordá-la quando já passou e gozo de saúde, ainda sinto esse momento como de uma perfeita beleza e harmonia, e faz surgir em mim emoções até então desconhecidas, sinto-me marcado por um sentimento de magnificência, de abundância e de eternidade e me reconcilia com todos; ela surge gloriosa e celestial na mais alta síntese da vida”.
Fonte: GRITTI, Demino. Enfermidade e criação.
www.Tirodeletra.com.br (julho de 2016)
Schopenhauer disse que aprendeu mais psicologia em Dostoievski do que em todos os livros que tinha lido sobre o assunto.
Fonte: Entrevista de Julien Barnes na Paris Review,165, winter 2000 -
Shusha Guppy
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