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Psicanálise
P.L. Travers

"Uma vez, quando estava nos Estados Unidos, fui procurar um psicólogo. Foi durante a guerra, e eu me sentia muito isolada. Pensei então: 'Bem, essa gente da psicologia sempre quer ver a espécie de coisa que você faz', e levei comigo os livros que tinha escrito. Fui ver o homem e ele me marcou uma consulta. Devolveu, então, os livros dizendo: 'Sabe, a senhora na verdade não precisa de mim, Tudo o que precisa fazer é ler seus próprios livros'". Isso me pareceu muito interessante. Comecei a ver que as pessoas que escrevem espontaneamente como eu, sem preparação, nunca lêem seus próprios livros para aprender com eles. E me dispus a lê-los. Eu me descobri dizendo: 'Mas isso é verdade. Como é que ela sabe?' E aí percebia que ela era eu. Agora posso dizer muito mais sobre Mary Poppins porque aflorou o que eu sabia com meu sangue e meus instintos".

Fonte: Escritoras e a arte da escrita: entrevistas da Paris Review. R.Janeiro: Gryphus, 2001

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