“Sou mais lento ao escrever as primeiras páginas de um romance do que uma tartaruga. Só fico mais rápido e mais espontâneo no final... Não planejo nada, não tenho métodos. Sei quando tenho e começar um livro, mas só isso. Para mim, o inconsciente é fundamental para a literatura. Freud estava certo ao incluir a literatura como uma fonte para a sua pesquisa do inconsciente. Mas não quero dizer que exploro as profundezas do meu inconsciente, deixo aflorar seu fluxo. Descompromissadamente, deixando-o, o inconsciente, interagir pacificamente com o ambiente e os microorganismo que compõem os mais banais eventos cotidianos”.
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/06/1995 – Hamilton dos Santos |