por Guillermo Piro

"Acredito que Aira é importante, não só por sua produção. Você pode chegar e não gostar (eu gosto), mas é estranho seu mecanismo de escrita. Parece que ele começa a escrever e no meio da novela se chateia com o que está escrevendo, então termina logo e mal. Ou seja, o grau de dedicação que tem no começo nunca é o mesmo no final. Penso que se chateia e precisa fazer outra coisa. Mas César Aira é muito importante na literatura argentina porque ele tira essa aura mágica, a imagem do escritor iluminado. Quero dizer, antes dele as pessoas acreditavam que o escritor era aquele que se levantava de manhã e se sentava à sua mesa, acariciava o gato e redebia as luz divina para então escrever. Aira diz: Não, todos os dias você escreve 15 minutos, como uma tarefa qualquer, como ginástica, e ao final de três meses tem um livro pronto".

Fonte Fonte: MARETTI, Eduardo. Escritores: entrevistas da Revista Submarino. São Paulo: Limiar, 2000.

por Luis Chitarroni

"Certamente. É um escritor maravilhoso. Acredito que sua obra é uma das mais iliuminadas da prosa argentina. Deve ter uns 40 quilos, desde seu primeiro romance, La cautiva, publicado em 1980. A cada livro se renova continuamente e o que escreve não são romances. - exceto alguns com 200 páginas -, mas coisas mais curtas. Acho que é o escritor mais importante atualmente na Argentina. O último livro dele - que é difícil de se conseguir, porque ele publica em várias editoras, e este ele publicou numa de La Plata - se chama El juego de los mundos e não se acha. É precioso, é o livro mais atual que se publicou. É sobre um homem que vive no futuro, num mundo onde já não existe a literatura e os filhos jogam jogos de guerra num computador. A destruição do mundo torna-se algo metafísico".

Fonte: MARETTI, Eduardo. Escritores: entrevistas da Revista Submarino. São Paulo: Limiar, 2000.