por Helder Macedo
“Presumo que uma das razões que terão levado um poeta que admiro tanto, um grande mestre como Carlos Drummond de Andrade, a gostar de Cesário Verde, e considerá-lo um poeta tão importante, é que há uma família poética na tradição de nossas culturas que incluem um Sá de Miranda, o próprio Carlos Drummond de Andrade, ou Cesário Verde. Não é uma linha óbvia, mas é uma linha austera da poesia de língua portuguesa na qual Cesário Verde se insere. Além do mais, é um poeta seminal, o mais estimulante de todos os poetas do século XIX, acho eu. É o mestre de todos os poetas que escreveram depois dele. O próprio Fernando Pessoa, que não foi um homem muito generoso em relação às suas influências, exceto se fossem estrangeiras, nunca se recusa a chamar de mestre a Cesário Verde. Acho que ele é o nódulo central da modernidade portuguesa”.
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/10/1987 – Nilo Scalzo e Tereza Monteiro Otondo
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