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Relações Literaárias
FERNANDO SABINO

por Jorge Fernando dos Santos

"Conheci Fernando Sabino no início dos anos 80, quando ele veio a Belo Horizonte para lançar a coletânea de crônicas Tabuleiro de Damas, a convite da Caixa Econômica Federal. O intermediário dessa iniciativa era Antenor Pimenta, um dos romancistas mais brilhantes de minha geração. Fui com ele até o aeroporto de Confins, num carro da Caixa, para buscarmos o nosso ídolo. Vim com o visitante no banco de trás do veículo, com o gravador ligado, como faria depois também com a cantora Nara Leão, em sua última vinda a BH, pouco antes de morrer. Essa é uma das boas coisas da profissão de jornalista: desfrutar alguns minutos ao lado de seres humanos admiráveis, que estão à frente do nosso tempo. Fernando Sabino falou pelos cotovelos. Mais tarde, durante uma entrevista coletiva, confessou estar surpreso em notar que pouca coisa havia mudado em sua terra natal. A não ser pelos novos edifícios que começavam a ocupar o lugar das casas antigas e bucólicas, aos seus olhos tudo parecia como dantes no quartel de Abrantes. As pessoas eram as mesmas nos cargos de mando, inclusive na imprensa daqueles dias. Percebi nesse seu comentário uma pitada de ironia muito mais carioca que mineira, diga-se de passagem. E foi assim que notei no meu ilustre conterrâneo um jeito de ser diferente dos demais montanheses que aqui permaneceram".

Fonte: www.jorgefernandosantos.com.br (29/07/2008)

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