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Relações Literárias
LIMA BARRETO

Por Agripino Grieco

"Meu amigo Lima Barreto, sim, é que, morando também em subúrbio, olhava de soslaio para Botafogo e outros bairros supostamente aristocratas e tinha ódio aos seus moradores. Tudo, porém, no fundo, fruto de recalques, pois é sabido que o romancista, quando bebia, dizia-se um grão-duque e portanto não é impossível que inconscientemente se sentisse atraído por esses bairros, talvez os únicos, no seu entender, dignos de um indivíduo de sua categoria mental. Prova disso tivemos, aliás, quando morreu, pois entre suas últimas vontades estava a de ser enterrado, não num modesto cemitério de arrabalde, mas no São João Batista, juntamente com os burgueses de Botafogo que ele tanto satirizava. E o enterro do Lima, como se sabe, atravessou a cidade, indo de Todos os Santos, onde morava, até Real Grandeza. Para mim, não, tudo é a mesma coisa, tudo é o Rio, pois afinal negros e cortiços há aqui em todos os bairros. Já agora não pretendo sair do Méier, onde estou habituado, sou mais ou menos conhecido, tenho relações .."

Fonte: SENNA, Homero. República das letras. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

por João Antônio

“Francamente, acho que não (é meu modelo de escritor). O Lima é um tipo formidável, por seu caráter, por suas posições éticas. Ele não aceitava aquela situação, não aceitava a República que existia sob a aquela forma. Era um caráter fora do comum, maluco, se autodestruia pelo álcool. Nunca teve mulher fixa. Então ele tinha esse carisma, que acabou sendo carregado para a sua obra, o que era inevitável. Agora, como referências propriamente literárias, eu prefiro citar outras”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/1996- Luiz Zanin Oricchio 

por Pedro Nava

"Gostei do Lima Barreto à primeira vista, foi o Sales quem me apresentou a ele. Conto isso num dos meus livros, o dia em que conheci Lima Barreto, ele muito bêbado, oscilante..."

Fonte: CAMINHA, Edmilson. Palavra de escritor. Brasília: Thesaurus, 1995.

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