“Quero assegurar que a minha relação com a religião é deveras complexa. Sou profundamente sensível à, como dizia Pascal, ‘miséria do homem sem Deus’. Sei que isso pode gerar um vazio terrível. Mas, ao mesmo tempo, não sou menos profundamente ateu. Faço questão de preservar e de fazer que seja respeitado o meu direito à crítica, à zombaria, ao insulto e ao desrespeito. Quero insistir quanto a esse ponto. Ele é essencial e delicado. Nenhuma superstição teológica e nenhum culto religioso têm o direto de exigir ou de impor respeito absoluto. Ou seja, nenhuma crença pode cobrar respeito de todos. Quem quiser, deve ter a liberdade de blasfemar e de falar o que bem entender. É uma questão de liberdade de expressão”.
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/09/2006 – Juremir Machado da Silva
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