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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

António Lobo Antunes

Nasceu em Lisboa, Portugal, em 1942. Atuou como psiquiatra até 1979, quando deixou a profissão um pouco de lado para se tornar escritor com o romance Memória de elefante. Ao lado de José Saramago, tornou-se o autor mais conhecido em Portugal. Suas ligações com o Brasil são antigas e familiares. Seu avô paraense foi morar em Portugal e Antunes ainda tem parentes no Rio de Janeiro. “Fui educado em Lisboa à maneira de Belém do Pará”, revelou. No início de 1980, Márcio de Souza, escritor e editor, encontrou seu livro numa livraria lisboeta. Ficou tão entusiasmado que indicou-o ao agente literário Thomas Colchie, de Nova York, que publicou seu segundo romance – Os cus de Judas – em 1984. Desde essa época seus livros têm sido traduzidos para mais de 20 idiomas, e só parou de ser citado para ganhar o Prêmio Nobel de Literatura quando Saramago recebeu-o em 1998. Sua literatura não é facilmente rotulada. No início foi o “enfant terrible” da prosa portuguesa; depois foi tachado de profundo; freqüentemente é visto como hermético. “Escrita delirante e inovadora; estilo lírico e raivoso, poético e desesperado; vibrante e original” são algumas das definições da crítica literária. Na França, a imprensa chegou a coroá-lo como “o Céline português”, comparação já feita antes por Leo Gilson Ribeiro. Admirava a escrita dos poetas: “Eu tenho uma verdadeira inveja dos poetas, dizem tanto em tão pouco espaço”. No entanto, exerce a poesia de alguma forma. Seu livro Não entres tão depressa nessa noite escura (2000) tem poesia não apenas no título: a página de rosto traz o título com a designação “Poema”, colocado pelo autor. Ele disse que o intitulou "Poema" porque teve de depurar sua prosa como se poesia fosse. Outros títulos publicados no Brasil: Auto dos danados (1994), O manual do inquisidor (1998), O esplendor de Portugal (1999), Exortação aos crocodilos (2001), Fado alexandrino (2002), Boa tarde às coisas aqui em baixo (2003), Ontem não te vir em Babilônia (Alfaguara, 2008); O arquipélago da insônia (2008); Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar (2009); O meu nome é legião (Alfaguara, 2009); Comissão das águas (2011)


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